quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Três despedidas


Há tempos não presenciava cenas de despedidas. A separação é dolorida, ao mesmo tempo que pode ser tempo de renovação. O pai e mãe de um jovem, que deve ter uns 17 anos de idade, choravam abraçando seu menino. Este também revelava um pouco de tristeza, porém, era uma tristeza com pintadas de alegria. Alegria pela viagem, por um momento novo que iniciava, por um mundo e estradas que descobriria.

Um jovem beijava sua namorada como se fosse o último encontro. As lágrimas desciam em seus rostos. O beijo prolongava-se na mesma proporção em que as gotas lacrimais caiam encharcando e deixando suculento o encontro labial dos apaixonados. Ela partiu. Ele ficou. Eles partiram. O próximo encontro, incerto. O mundo gira, as horas passam, a vida muda. Mas pelo carinho trocado posso afirmar que buscarão se reencontrar logo.

A mãe junta os dois filhos e o esposo, forma um pequeno circulo, ora. Consigo ouvir alguns sussurros onde a mãe pede proteção à Deus. Solicita que a viagem ocorra de forma tranquila e segura. Bem como, pede proteção ao esposo e ao filho mais velho que não viajariam. Depois, ela beija o rosto de cada um.

Três cenas de despedida. Três ausências diferentes. A dor da partida depende de quem  vai partir e do tempo que a ausência durará. Idas e vindas. Esse é o movimento constante da história humana. A vida não tem graça sem este movimento. Tempo, espaço, relatividade: trinca que decifra a dor e a felicidade da partida. Felicidade, sim. É em busca dela que nos movemos.

Fortaleza/CE
16.02.2013

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