sexta-feira, 4 de maio de 2012

Madrugada, jazz e blue

   A madrugada chega sorridente. Já não sei se quero seu sorriso. Foram tantas noites correndo atrás desse momento.
   Agora sinto o vento frio bater em meu rosto. A janela treme como se fosse sua primeira contração. Eu sigo virando os copos, bebendo, fumando e pensando.
   A noite é curta. Grande é a vontade de não ver a noite acabar. Esse é meu desejo. É isso que eu quero.
   O jazz que rola no som não me deixa dormir. Mal sabe ele, cada acorde faz com que eu vire os copos em uma velocidade cada mais avançada. Cada copo que viro, lembro de Amy Winehouse. A única que nesse pequeno espaço do novo século fez a gente sentir que o jazz e o blues são imortais.
   Por isso, bebo. Beber vigora a música e renova a madrugada. Por isso, bebo!