quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Na companhia da lua


Poucas as vezes estive tão perto da lua. Muitas viagens em avião, realizei. Nunca a lua esteve ao meu lado como companhia. Os motivos, talvez, pela maioria das vezes não ter conseguido o assento à janela ou pelo simples fato da lua não ter dado o ar da graça.

Estou sentado na poltrona 28F, mas a minha poltrona é a 28E. De Fortaleza à Recife estive entre dois homens. Um loiro, alto, corpudo, não era brasileiro, falava inglês. O outro, um senhor, brasileiro, branco, baixo, cabelos grisalhos, lia uma material sobre filmagens. A poltrona 28F pertencia ao segundo.

Durante a escala no aeroporto do Recife, meus vizinhos de poltrona desceram. Fiquei com três assentos só pra mim. Poucas pessoas subiram ao avião. Nenhum desses poucos passageiros sentou ao meu lado. Assim, mudei para a poltrona 28F.

A decolagem foi autorizada, avião acelerado, céu à vista. Olho pela janela lá está. A lua brilha linda e esplendorosa. Fiquei observando seu brilho. Nunca tinha me sentido tão próximo à ela. Tive vontade de tocá-la. Mas que isso, tive vontade de sentar sobre ela de mãos dadas com o meu amor. Queria cantar as canções de roda que embalaram minha infância e fazer uma grande ciranda com meus irmãos e amigos.

Meus desejos não foram realizados e nem podiam. O avião tinha seu destino. A lua sentindo minhas vontades  resolveu me fazer companhia até à primeira capital do Brasil. Viajou ao lado da minha janela.


26/08/2012
No ar, voando entre Recife e Salvador

Vôo TAM-3891

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