quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Poesia

Poesia, alma, arma
Versos feitos nos lençóis da cama
Que deitastes comigo para não dormir...

Poesia, nome sem sobrenome,
Coisas que não cabem na vida...


Poesia, fuzil, foice e metralha
Da multidão que passa
Tecendo um manto de idéias vermelhas.
Luz, grito e silêncio,
O sol, a chuva,
E a savana indomável de teus cabelos
Que entrelaçam em meus dedos...


Poesia... Dos barracos do morro
As cenas proibidas da “paz civilizatória”
Do preconceito racial da PM carioca...


Poesia, este amor de mim por ti
Que mistura o desejo 
De usarmos a boca para o beijo
E para a revolta
De haitianos, pobres e negros...


E de usarmos o corpo
Como dois espectros nus e suados
Colados um ao outro,
Mas também como escudo
De um partido para revolucionar o mundo!


[R.T]

Um comentário:

  1. linda sensibilidade, meu caro! misturas revolução e poesia na dose certa. afinal, onde começa um termina o outro mesmo?!

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