quinta-feira, 2 de julho de 2009

Feira de Caruaru

A diversidade da cultura nordestina reunida em um só lugar

Quando alguém ou algum meio de comunicação fala sobre Caruaru/PE é sempre se referindo à cidade do maior festejo junino do nordeste brasileiro. È certo, também, que esse título é disputado com Campinha Grande/PB e Aracaju/SE. Mas, não será sobre esse assunto que iremos tratar aqui. A capital do agreste nos reserva outra façanha, reúne em um só lugar a diversidade da cultura nordestina, na Feira de Caruaru.

Artesanato, ervas, cordel e até produtos importados. De tudo se encontra. Como canta Luiz Gonzaga, na música A feira de Caruaru (poeta Onildo Almeida), “tudo o que há no mundo, nela tem para se vender”. A feira é reunião de um conjunto de outras feiras, em torno de 15, que juntas formam a feira-mãe, um grande caldeirão cultural.

A mais importante feira do interior do nordeste, iniciou-se ainda no século 17, em uma antiga fazenda onde os viajantes paravam para se abastecer num poço. Hoje, a feira funciona na parte central da cidade, no Parque 18 de maio, sendo que até 1992, funcionava no Largo da Igreja da Conceição.

O movimento acontece em todos os dias da semana. A feira de artesanato nunca é desmontada. Já a feira do troca-troca, onde nada se vende, tudo se troca (bicicleta, rádio, celular e outros produtos) acontece aos sábados. A partir da terça-feira, é montada a Feira da Sulanca, popularmente chamada, “Feira do Paraguai”, já que os produtos importados são aí negociados. A feira de ervas apresenta a medicina alternativa com seus remédios populares, uma tradição herdada dos antepassados.

A Feira de Caruaru é um grande baú encantado. É como uma cartola de um mágico, várias surpresas aparecem em um passe de mágica. São mais de dois quilômetros de ruas ocupadas. Centenas de barracas coloridas vendendo uma diversidade de produtos. Chapéus de palha, de couro e tecido, cestas, objetos de barro e cerâmica, brinquedos populares, gaiolas, estilingue, roupas, calçados, bolsas, panelas e outros utensílios para cozinha, móveis, animais, ferragens, miudezas, rádios, artigos eletrônicos importados e muitos outros. No caldeirão cultural, conjuntos musicais e bandas de pífanos se apresentam fazendo uma mistura entre o comércio, a festa e a arte. Cegos tocam sanfona, violeiros e cantadores lançam seus desafios e os vendedores de literatura de cordel anunciam através de um alto-falante as proezas dos cangaceiros.

No ano de 2008, a Feira de Caruaru foi tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A feira que permitiu que a venda da poesia popular, pendurada em cordões, recebe-se o nome de literatura de cordel, hoje, é um patrimônio de todos nós.

Caruaru está localizada a 130 km de Recife. É uma cidade ícone da cultura popular nordestina. Com certeza, conhecer Caruaru é uma boa pedida.

Fotos


Um comentário:

  1. é um universo de variedades e possibilidades mesmo aí... ainda vou em caruaru! x]

    ResponderExcluir