Poucas as vezes estive tão perto da lua. Muitas viagens em avião, realizei. Nunca a lua esteve ao meu lado como companhia. Os motivos, talvez, pela maioria das vezes não ter conseguido o assento à janela ou pelo simples fato da lua não ter dado o ar da graça.
Estou
sentado na poltrona 28F, mas a minha poltrona é a 28E. De Fortaleza à Recife
estive entre dois homens. Um loiro, alto, corpudo, não era brasileiro, falava
inglês. O outro, um senhor, brasileiro, branco, baixo, cabelos grisalhos, lia
uma material sobre filmagens. A poltrona 28F pertencia ao segundo.
Durante a
escala no aeroporto do Recife, meus vizinhos de poltrona desceram. Fiquei com
três assentos só pra mim. Poucas pessoas subiram ao avião. Nenhum desses poucos
passageiros sentou ao meu lado. Assim, mudei para a poltrona 28F.
A decolagem
foi autorizada, avião acelerado, céu à vista. Olho pela janela lá está. A lua
brilha linda e esplendorosa. Fiquei observando seu brilho. Nunca tinha me
sentido tão próximo à ela. Tive vontade de tocá-la. Mas que isso, tive vontade
de sentar sobre ela de mãos dadas com o meu amor. Queria cantar as canções de
roda que embalaram minha infância e fazer uma grande ciranda com meus irmãos e
amigos.
Meus
desejos não foram realizados e nem podiam. O avião tinha seu destino. A lua
sentindo minhas vontades resolveu me
fazer companhia até à primeira capital do Brasil. Viajou ao lado da minha
janela.
26/08/2012
No ar, voando entre Recife e
Salvador
Vôo TAM-3891
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