Há tempos
não presenciava cenas de despedidas. A separação é dolorida, ao mesmo tempo que
pode ser tempo de renovação. O pai e mãe de um jovem, que deve ter uns 17 anos
de idade, choravam abraçando seu menino. Este também revelava um pouco de
tristeza, porém, era uma tristeza com pintadas de alegria. Alegria pela viagem,
por um momento novo que iniciava, por um mundo e estradas que descobriria.
Um jovem
beijava sua namorada como se fosse o último encontro. As lágrimas desciam em
seus rostos. O beijo prolongava-se na mesma proporção em que as gotas lacrimais
caiam encharcando e deixando suculento o encontro labial dos apaixonados. Ela
partiu. Ele ficou. Eles partiram. O próximo encontro, incerto. O mundo gira, as
horas passam, a vida muda. Mas pelo carinho trocado posso afirmar que buscarão se reencontrar logo.
A mãe junta
os dois filhos e o esposo, forma um pequeno circulo, ora. Consigo ouvir alguns
sussurros onde a mãe pede proteção à Deus. Solicita que a viagem ocorra de
forma tranquila e segura. Bem como, pede proteção ao esposo e ao filho mais
velho que não viajariam. Depois, ela beija o rosto de cada um.
Três cenas
de despedida. Três ausências diferentes. A dor da partida depende de quem vai partir e do tempo que a ausência durará.
Idas e vindas. Esse é o movimento constante da história humana. A vida não tem
graça sem este movimento. Tempo, espaço, relatividade: trinca que decifra a dor
e a felicidade da partida. Felicidade, sim. É em busca dela que nos movemos.
Fortaleza/CE
16.02.2013
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